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Como ganhar dinheiro com a revolução digital

31/10/2009

Tudo mudou (para melhor). Nunca foi tão fácil e barato empreender

Por Elisa Corrêa e Wilson Gotardello Filho - Negícios 2.0

 
Omar Paixão
A fábrica de máquinas de sorvete de Marino Arpino não para mais no inverno, desde que ele descobriu o Google
Em uma manhã de julho, em que os termômetros na cidade de Santo André, na Grande São Paulo, registram 14 graus, o movimento nos quatro andares da fabricante de máquinas de sorvetes Finamac é intenso. Nos últimos 19 anos, os operários não trabalhavam em pleno inverno. Eram liberados em fevereiro e voltavam apenas no segundo semestre, quando começavam a pingar os pedidos para o verão. Mas, neste ano, os 29 funcionários não tiveram folga. A sazonalidade, enfrentada desde a fundação da empresa, em 1989, deixou de ser um problema. Por trás dessa mudança está o empresário Marino Arpino, 50 anos, e uma aliada: a internet.

Durante toda a década de 90, Arpino apostou nas feiras do setor de alimentação para atrair clientes. Pagava R$ 20 mil por inscrição, mas fechava poucos contratos. A partir de 2000, concentrou suas energias no site. Também não funcionou. A virada aconteceu em 2007, quando Arpino descobriu o Google. O principal site de busca do mundo oferecia uma ferramenta de divulgação poderosa, o link patrocinado. Quando um usuá­rio da rede faz uma pesquisa no buscador, os anúncios das empresas relacionados ao tema procurado aparecem no topo da tela. Gustavo Silva, proprietário da Concórdia, uma padaria de Quaraí, na divisa do Rio Grande do Sul com o Uruguai, entrou no site do Google, escreveu as palavras “máquina de picolé” e encontrou o link da Finamac. “Fechei no mesmo dia a compra de duas e depois encomendei mais três”, afirma.

Arpino começou tímido, investindo R$ 1 mil por mês, e cometeu um erro muito comum aos principiantes nesse tipo de marketing. As campanhas iniciais, vagas, não apareciam em busca nenhuma. “Eu misturava padaria, bar, restaurante, tudo que pudesse ter ou vender sorvete.” Então ele percebeu que os resultados poderiam ser melhores se tivesse foco. Bolou uma estratégia usando as expressões “comece seu próprio negócio”, “oportunidade de verão” e “desemprego.” E outras nove para diferentes públicos. Era o caminho para bombar na web. “Passei a receber dez e-mails por dia. Quanto mais gastava com os links, mais e-mails recebia”, diz.

A possibilidade de vender para lugares distantes, no Brasil e no mundo, o fascinou. Até então, as exportações representavam 5% do seu faturamento anual de R$ 2,5 milhões e seguiam para quatro paí­ses da América do Sul. Depois de traduzir suas campanhas no Google para o inglês e o espanhol, a receita pulou para R$ 4 milhões no ano passado e as exportações chegaram a R$ 800 mil — 20% do total. Da fábrica, saíram máquinas para os Estados Unidos, México, Israel e países do Leste Europeu. Para ganhar o mundo, ele adotou outra ferramenta, o VoIP, tecnologia que permite fazer ligações gratuitas pela internet para qualquer ponto do planeta. Em dois anos, a conta de telefone caiu 40%.

Como resultado dos R$ 10 mil que gasta por mês nos links patrocinados, Arpino recebe diariamente 30 e-mails de pessoas do mundo todo interessadas em seus produtos. “Se investisse mais, o resultado seria até maior. Mas minha empresa ainda não tem estrutura para atender a muitos pedidos. A capacidade mensal de produção é de 40 máquinas”, afirma, sem reclamar. Neste ano a Finamac espera faturar R$ 5 milhões. “O importante é que competimos de igual para igual com os italianos, que sempre foram referência no setor de sorvetes.”

Nas duas décadas que separaram a criação da Finamac da conquista de novos mercados o mundo mudou. Completamente. Aprendemos a conviver com blogs,Google, Orkut, Twitter, Skype. Hoje não basta ter um site. Com a web 2.0 é preciso estar conectado com todos esses recursos — e isso é muito mais simples, rápido e lucrativo do que se imagina. Até montar um site ficou fácil. “Acredito que atualmente seja possível montar e operar uma empresa com 20% a 30% do custo necessário há 20 anos”, diz o pioneiro do comércio eletrônico brasileiro, Jack London (leia seu perfil na pág. 4). As ferramentas da internet estão disponíveis para grandes e pequenas empresas: quem usá-las melhor é que vai se dar bem. “O problema é que as pequenas esperam que dê certo nas grandes antes de arriscar quando, na verdade, podem adotar as inovações de uma forma mais rápida por não ter tanta burocracia, afirma Sílvio Meira, cientista chefe do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (C.E.S.A.R.).
 

Revista PEGN

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