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O Orkut é tudo

31/10/2009
A Urban Store, de Teixeira e Dalpiaz, começou com um investimento de R$ 80 mil e deve faturar R$ 1,5 milhão neste ano

PEGN
 

Omar Paixão
Os amigos Tiago Teixeira e Tullio Dalpiaz precisaram de R$ 80 mil para abrir, em junho de 2005, a Urban Store, loja online de acessórios e equipamentos para skate que deve faturar R$ 1,5 milhão neste ano. Alugaram uma sala de 45 metros quadrados, contrataram um funcionário, montaram um estoque mínimo e colocaram o site no ar. Tinham 28 anos, um diploma de administração e a vontade de tocar o próprio negócio. Hoje eles trabalham lado a lado em uma sala quase vazia de uma casa recém-alugada em Moema, bairro nobre de São Paulo. De calças jeans largas e uma camiseta sobre a outra, Teixeira fala rápido, arruma de tempo em tempo o boné preto que tem enterrado na cabeça e não tira os olhos do notebook, cercado por dezenas de post-its amarelos colados na mesa. Eles riem ao lembrar dos primeiros passos da Urban. “No início foi difícil, demorou para ganharmos a confiança dos fornecedores e para as vendas deslancharem. Ficávamos olhando para a tela do computador, esperando entrar algum pedido e, de vez em quando, um perguntava para o outro: ‘E aí, meu, nada? Nada...’, lembra Teixeira, esparramado na cadeira.

Mas os sócios acreditavam no potencial do negócio. Sabiam que o skate é o segundo esporte mais praticado no Brasil, depois do futebol. Tinham um público importante para conquistar, formado por jovens entre 12 e 24 anos, que já nasceram com a internet. Faltava apenas encontrar a melhor forma de dialogar com os potenciais consumidores. Além de investir em links patrocinados e em sites de skate, Teixeira e Dalpiaz criaram uma comunidade para a Urban Store no Orkut, rede de relacionamento que pertence ao Google e é a mais usada no Brasil. “O Orkut é uma das melhores ferramentas para interagir com nosso público”, afirma Teixeira. “Colocamos uma lista com as marcas que vendemos, o link para o nosso site, avisamos sempre sobre as promoções e as novidades que chegam à loja e fazemos enquete. Tudo sem custo, só investindo tempo.” A comunidade reúne mais de 400 membros e gera 1.500 visitas por mês para a Urban. No início do ano, Teixeira e Dalpiaz resolveram ir além e compraram no Orkut um banner, usando sistema similar ao dos links patrocinados — eles compram termos como “skate” e “cultura urbana” e o anúncio aparece em todos os perfis e comunidades que incluam a palavra. “Pagamos, em média, entre 10 e 20 centavos toda vez que alguém clica no banner. E ganhamos mais 700 visitas mensais à nossa loja”, diz Dalpiaz.

A estratégia deu certo. A Urban, que no primeiro ano faturou R$ 130 mil, fechou 2008 com vendas de R$ 850 mil. “Crescemos 40% em relação a 2007 e metade disso é resultado dos nossos investimentos em links patrocinados e no Orkut”, afirma Teixeira, enquanto confere no notebook mais um pedido que acaba de chegar. Assim ficam eles, conectados o tempo todo. “Sou apaixonado por surfe, e neste fim de semana fui para a praia com minha prancha, meu laptop e a internet 3G. Posso cuidar da loja estando em qualquer lugar do Brasil e do mundo”, conta Dalpiaz, abrindo um sorriso tímido no rosto bronzeado.

A Urban recebe, em média, mil pedidos por mês. As roupas, tênis, shapes e rolamentos vendidos são embalados em caixas de papelão, junto com a nota fiscal, antes das 14 horas, quando passa um furgão dos Correios para recolher os pacotes e enviá-los aos quatro cantos do Brasil. “Vendemos muito para o interior. A falta de opção acaba fortalecendo o mercado virtual”, afirma Dalpiaz. Os jovens trabalham no mínimo 12 horas por dia. Respondem aos 80 e-mails que recebem diariamente, liberam os pedidos, negociam com os fornecedores e cuidam do marketing e das finanças. Para tocar a empresa, os sócios têm a ajuda de apenas quatro funcionários. Todos andam de skate. “Quem compra na internet é muito mais informado que o consumidor da loja física. É preciso entender muito bem do que se vende.”

Com as mídias sociais e os outros recursos que surgiram, o consumidor passou a ter um poder que não tinha. “Ele pode pesquisar sobre produtos, fazer comparações de preço, saber o que os outros pensam a respeito de uma empresa.” afirma Carlos Nepomuceno, coordenador do Instituto de Inteligência Coletiva. Tudo isso usando apenas um computador ou um celular conectado à rede.

Se as pessoas se comunicam de um jeito novo, de que adianta falar com elas como no passado? Se não compram mais como antigamente, por que insistir em vender como antes? A mudança de comportamento do consumidor força a uma mudança nas empresas. E quem ainda não se deu conta disso provavelmente já ficou para trás. A boa notícia é que atualmente não há mais necessidade de intermediários. Com as ferramentas da internet, o empreendedor fala direto com quem interessa. “A interação com os consumidores em comunidades digitais é uma grande oportunidade”, diz Clay Shirky, escritor e professor de novas mídias sociais da New York University. “Muitas empresas dizem que não gostam de se expor, mas elas têm que se expor”, afirma Guilherme Ribenboim, presidente do Interactive Advertising Bureau (IAB Brasil) e do Yahoo! América Latina.

Revista PEGN

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